Descrição
Ecce homo! Eis o homem! As palavras com que Pilatos nos apresenta o Senhor, feito um retábulo de dores, deveriam cravar-se diretamente na medula da nossa alma. « Eis o homem », o Homem por antonomásia: o nosso Modelo, o nosso Padrão e, por isso, o nosso Juiz. Precisamos, pois, gravar a sua imagem no nosso coração: vê-lo, contemplá-lo, espelhá-lo no nosso íntimo. Estas quarenta meditações destinam-se a isso: a ajudar-nos a contemplar a Santíssima Humanidade de Cristo na sua Paixão, sim, e também na Ressurreição que se lhe segue. Aprenderemos assim a pôr o coração no Senhor, a tê-lo verdadeiramente como um Amigo que não hesitou em dar a própria vida por nós. «Tu, ó minha alma, procura achar-te nesse espetáculo tão doloroso, e como se aí estivesses presente, olha com atenção a figura com que era levado à presença do povo esse Senhor, que é resplendor da glória do Pai e espelho da sua formosura. « Olha quão envergonhado estaria aí no meio de tanta gente, com as vestes de escárnio, as mãos atadas, a coroa de espinhos, a cana na mão, o corpo todo macerado e moído pelos açoites, e todo encolhido, desfeado e ensanguentado. « Olha como estaria aquele divino rosto: inchado com os bofetões, atormentado pelas cusparadas! » Olhamos para Jesus... Olhamos para Jesus, e Ele nos olha. Como havemos de ser capazes de tornar a ofendê-lo, daqui por diante, se os nossos pecados foram a causa dessa dor e dessas humilhações? Como havemos de negar-Lhe o que quer que nos peça, se tudo o que sofreu, o sofreu por cada um de nós?
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