Descrição
Faz cinqüenta anos, por iniciativa de São Josemaria Escrivá – com a sua bênção, as suas orações e o seu incentivo –, teve início o trabalho do Opus Dei, a serviço da Igreja, no Brasil. Exatamente na solenidade de São José, dia 19 de março de 1957, pisaram terra brasileira os primeiros fiéis do Opus Dei que chegaram aqui para ficar.
Estas páginas querem ser uma expressão de agradecimento a Deus e a São Josemaria por me ter concedido o dom de poder colaborar, ao longo de quarenta e seis anos, na aventura empolgante de “abrir caminhos divinos da terra” – os do Opus Dei, “caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres cotidianos do cristão” – nesta Terra da Santa Cruz, que há anos escolhi voluntariamente como minha pátria.
Quero, porém, esclarecer desde o início que este livro não foi concebido como um relato histórico – nem amplo, nem sintético – desses cinqüenta anos. Se fosse assim, cometeria uma tremenda injustiça com muitos homens e mulheres não mencionados nestas páginas, que deram o sangue por Deus, pela Igreja e pelas almas, entregando-se a fazer o Opus Dei em terras brasileiras: muitos deles foram e ainda são “atores principais” dessa maravilhosa história.
Também não é o livro, como o título poderia sugerir, uma “crônica” mais ou menos completa, das duas semanas em que São Josemaria permaneceu no Brasil, entre 22 de maio e 7 de junho de 1974.
Na realidade, a obra foi escrita com um intuito muito definido: pôr em destaque alguns traços característicos da santidade cristã, que são patentes na vida inteira de Mons. Escrivá, mas concentrando o foco quase exclusivamente nos dezessete dias em que o tivemos entre nós no Brasil. Só esporadicamente farei alguma exceção – por exemplo, no começo do primeiro capítulo –, recorrendo a reservatórios mais antigos da memória de outros períodos em que convivi com Mons. Escrivá: em Roma, de outubro de 1953 até junho de 1955, ano em que fui ordenado sacerdote; e, também em Roma, nuns poucos dias de dezembro de 1973. Mas mais de noventa por cento do livro tem o Brasil como cenário.
Quero advertir ainda o leitor de que as palavras de São Josemaria, freqüentemente citadas no livro, procedem, em sua maior parte, das minhas lembranças vivas e de muitas anotações pessoais, que conservei ao longo dos anos; por isso mesmo, não posso afirmar que sejam todas estritamente literais.
A estrutura do livro, como o leitor poderá verificar, corresponde ao esquema clássico do desenvolvimento da santidade cristã: sobre o alicerce básico da humildade (capítulo I), a santidade tem como essência o crescimento da caridade, vínculo da perfeição (Ef 5, 2 e Col 3, 14): em primeiro lugar, da caridade – do amor – para com Deus, ao qual estão estreitamente unidos o amor à Virgem Maria, aos Santos e aos Anjos (capítulos II e III); e, em segundo lugar e inseparavelmente (cfr. I Jo 4, 20), do amor ao próximo – decorrência necessária do amor a Deus (Capítulo IV) –, cuja expressão sobrenatural mais alta é o apostolado (capítulo V).
As luzes e bênçãos que Deus, por intermédio de São Josemaria, concedeu a seus filhos e filhas brasileiros – aos daquela época, aos de hoje e aos do futuro –nos dias em que o tivemos conosco, são motivo mais do que suficiente, neste jubileu de ouro, para essa tentativa de homenagem e de gratidão.
(“Esclarecimento prévio”, do Autor)
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